Aos 17 anos decidiu se casar, e sua mãe dizia: Minha filha você não acha que está muito cedo? Nem terminou os estudos ainda! Mas ela insistia, estava completamente apaixonada e sonhava com a vida de casada. Marcos era um rapaz gentil, tratava Emily bem, era um belo casal.
Ah e por falar em casamento! Logo havia percebido que a vida de casada não era somente flores.Não tinham uma condição financeira boa, mas seu marido era trabalhador, o salário mal dava pra pagar as contas, e logo começaram a ter dificuldades.Emily sempre dizia: Meu amor eu quero trabalhar, arranjei um emprego ótimo e é aqui pertinho de casa, num escritório, com o dinheiro que irei receber ajudará com as dividas.Marcos não aceitava de jeito nenhum, afirmava que lugar de mulher é em casa, lavando, cozinhando e passando.
Meu bem porque está tão agressivo comigo, eu acabei esquecendo de fazer o jantar! Comecei a ler um livro muito bom e não lembrei de cozinhar. Para Marcos, você está me machucando, socorro, socorro! Não faça isso, alguém me ajude!
No outro dia amanheci totalmente ferida, havia apanhado muito, e isso começou a virar costume, todo o dia, tudo era motivo para ele chegar agressivo em casa e me maltratar, não me deixava sair de casa nem para ir à vizinha, quando saia para trabalhar levava a chave e dizia que queria tudo limpo e a comida feita, porque isso era o meu dever, e dizia mais, que eu tinha que respeitá-lo, pois ele era o ‘comandante’ da casa e que tinha que ser submissa a ele.
Não estava mais agüentando, ele não comprava mais roupas pra mim, me tratava como se fosse sua empregada, e o pior é que ele me forçava a ter relação sexual, se eu não o obedecesse me batia mais ainda.Comecei a passar mal, vomitava muito, ficava enjoada sempre.Ah não acredito estou grávida! Meu Deus, meu marido vai me matar quando souber, não temos condições para sustentar um filho, o que irei fazer?
Eu tinha tanto medo que ele fizesse mal para o meu filho, mas não dava mais para esconder a barriga estava crescendo muito rápido, acabei contando, ele reagiu como esperava, me disse coisas horríveis, chegou até afirmar que o filho não era dele depois de ter me batido muito.Mas eu tinha certeza que ele não me expulsaria de casa, pagar uma empregada não estava nos seus planos.
As vezes ficava pensando, como eu pude casar com um homem que parecia ter uma pedra no lugar do coração,não era mais aquele que tinha conhecido, se tornou um ser que não tinha sentimentos, não se emocionou nem quando nossa filha nasceu,dizia que tinha que ser macho e que aquela “criancinha” inútil que só servia para dar despesas não era sua filha, Maria Eduarda era linda, tudo na minha vida, um presente de Deus.
A minha filha sofria muito com aquela situação, eu tentava esconder que ele me agredia, mas ela percebia, pois ele me tratava muito mal na frente dela e de todos, eu ficava aliviada, pelo menos na minha filha ele não triscava o dedo. Resolvi dar um basta nessa situação, minha vida não se resumia em ficar em casa lavando e cozinhado para ele, e em troca só recebia pancadas, meus dias eram cheios de sofrimento.
As pessoas acham que a mulher não tem a mesma capacidade do homem, a sociedade plantou isso na cabeça delas, existem vários tipos de desigualmente, como a diferença de salário entre homem e mulher diante do mesmo trabalho, a falta de participação feminina na política, do “perigo constante da mulher no volante”, e vários tipos preconceitos, que as mulheres estão traçando o caminho pela busca da igualdade.
Tive coragem e fui à delegacia denunciá-lo, e finalmente me separei, me sentia tão aliviada, não apanhava mais, comecei a trabalhar, me sentia tão livre, só de ver o sorriso da minha querida filha, me deixava mais alegre, confiante, a minha vida não era mais a mesma, me tornei uma mulher independente. Podia muito bem me sustentar sozinha sem aquele ‘comandante’ da casa, apesar de ter envelhecido e minha aparência física estar um pouco acabada, agora sei o que é felicidade, como diz Viviane Mosé: dizem que ando até remoçando!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
VIDA DE CASAL
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